O ecumenismo capitalista das ruas.
Toda e qualquer polêmica surge por si. Elas têm até um certo “dom” de poder formar opiniões sem deixar muitas vezes se impor a sua descarada essência sobre as visões distintas que existem sobre tal fato.
Eu tenho um amigo que que se tornou evangélico há pouco tempo e que certo dia veio me reclamar sobre seu salário do mês, dizendo que “devido a um empréstimo consignado descontado em folha e a uma pensão alimentícia a ser paga”, seu salário não lhe trouxe mais que R$ 120,00. “Ainda bem que eu tenho minha banca, se não estaria frito”, disse-me ele.
Num paradoxo, não tanto complexo de se entender, ponto a ponto ele foi concordando que “se os romeiros não viessem gastar aqui seus reais, impulsionados pela fé na nossa Santa Aparecida, ele estaria quebrado”. A nossa santinha milagrosa feita de terracota, achada no Rio Paraíba a qual a religião dele não crê e sempre coloca no dia 12 de outubro membros distribuindo folhetos que pregam contra a maior manifestação reliosa do mundo que aqui acontece. Eles não aceitam, mas também fazem parte deste milagre.
Mas isso parece não ser um privilégio exclusivo desse meu amigo. Muitos fazem parte dessa manobra ecumênica capitalista, agregada à falta de oportunidades nessa terra d’Aparecida do Norte.
Mas aos olhos de Deus todos tem livre arbítrio para escolher quais penitências os farão livres de seus supostos pecados, que acabam sendo, junto da fé, um dos pilares das religiões existentes. Isso se chama consciência.
Certa vez, fazendo uma caminhada por uma avenida da cidade, passei em frente a um templo onde o pregador falava ao microfone em “milhões de decibéis” fazendo parecer que Deus tinha algum problema de audição. Essa era a maneira que ele tinha de impor suas verdades para quem estava lá dentro e também para quem apenas passava pela rua em frente. Dizia o homem que particularmente “ali” estava o salvador.
Muito tempo depois, passando pela mesma avenida, reparei que no mesmo lugar, agora fechado, encontrava-se já meio desbotado, pregado na marquise, um painel que dizia em letras garrafais “Igreja tal, tal, tal. Jesus está aqui”. E embaixo deste mesmo painel encontrava-se uma outra placa que informava: “Mudamos para a Rua tal, ao lado da automecânica São Cristóvão”. Onipresente, Deus seguiu viagem junto.
No novo endereço agora, querendo catequizar o vizinho, o pregador tentava convencer o pagão a retirar da parede aqueles postêres da Playboy cheios de digitais, graxa e luxúria. Não teve êxito algum em suas verdades diante do mecânico. Mas antes que o pregador o convecesse numa transformação milagrosa mudar o nome do lugar para “Automecânica Jesus Cristo, a salvação para o seu carro” deu o mecânico a idéia para que o membro da igreja mudasse o nome do lugar na marquise para “Igreja adventista do 5º dia útil”.
Os dois deixaram de se falar, mesmo porque, religião não se discute.
Eles apenas deram sequência ao ecumenismo capitalista vigente por aqui.
Eu tenho um amigo que que se tornou evangélico há pouco tempo e que certo dia veio me reclamar sobre seu salário do mês, dizendo que “devido a um empréstimo consignado descontado em folha e a uma pensão alimentícia a ser paga”, seu salário não lhe trouxe mais que R$ 120,00. “Ainda bem que eu tenho minha banca, se não estaria frito”, disse-me ele.
Num paradoxo, não tanto complexo de se entender, ponto a ponto ele foi concordando que “se os romeiros não viessem gastar aqui seus reais, impulsionados pela fé na nossa Santa Aparecida, ele estaria quebrado”. A nossa santinha milagrosa feita de terracota, achada no Rio Paraíba a qual a religião dele não crê e sempre coloca no dia 12 de outubro membros distribuindo folhetos que pregam contra a maior manifestação reliosa do mundo que aqui acontece. Eles não aceitam, mas também fazem parte deste milagre.
Mas isso parece não ser um privilégio exclusivo desse meu amigo. Muitos fazem parte dessa manobra ecumênica capitalista, agregada à falta de oportunidades nessa terra d’Aparecida do Norte.
Mas aos olhos de Deus todos tem livre arbítrio para escolher quais penitências os farão livres de seus supostos pecados, que acabam sendo, junto da fé, um dos pilares das religiões existentes. Isso se chama consciência.
Certa vez, fazendo uma caminhada por uma avenida da cidade, passei em frente a um templo onde o pregador falava ao microfone em “milhões de decibéis” fazendo parecer que Deus tinha algum problema de audição. Essa era a maneira que ele tinha de impor suas verdades para quem estava lá dentro e também para quem apenas passava pela rua em frente. Dizia o homem que particularmente “ali” estava o salvador.
Muito tempo depois, passando pela mesma avenida, reparei que no mesmo lugar, agora fechado, encontrava-se já meio desbotado, pregado na marquise, um painel que dizia em letras garrafais “Igreja tal, tal, tal. Jesus está aqui”. E embaixo deste mesmo painel encontrava-se uma outra placa que informava: “Mudamos para a Rua tal, ao lado da automecânica São Cristóvão”. Onipresente, Deus seguiu viagem junto.
No novo endereço agora, querendo catequizar o vizinho, o pregador tentava convencer o pagão a retirar da parede aqueles postêres da Playboy cheios de digitais, graxa e luxúria. Não teve êxito algum em suas verdades diante do mecânico. Mas antes que o pregador o convecesse numa transformação milagrosa mudar o nome do lugar para “Automecânica Jesus Cristo, a salvação para o seu carro” deu o mecânico a idéia para que o membro da igreja mudasse o nome do lugar na marquise para “Igreja adventista do 5º dia útil”.
Os dois deixaram de se falar, mesmo porque, religião não se discute.
Eles apenas deram sequência ao ecumenismo capitalista vigente por aqui.
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