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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Salvação

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Num resgate histórico, desses que assombra o mais cético dos mortais, ela conseguiu driblar a importância dos meus valores e me recolheu. Recolheu-me mesmo quase aos pedaços, pois a boemia me reduzia ao lastro de um nada sem cor e sem brilho que eu não percebia. Vi meus projetos começarem a ruir. Percebi que os dela eram mais contagiantes. Os meus, giravam em torno de sonhos boêmios. Os dela tangiam de realidade as possibilidades concretas de serem. Logo meu terno branco e meu chapéu Panamá ficaram expostos ao esquecimento. Ela me cobriu de importâncias e me deu uma certa luz. Tirou o mofo do lugar, abriu as janelas, fez o vento circular feito revolução. Aguçava meu raciocínio e cantava pra mim arranhando com extrema leveza seu violão. Foi aí que revi minhas tendências que já estavam enraizadas e estabelecidas. Na surdez que beirava o silêncio, fez de meu gosto algo eclético e desde então não manipulei mais minhas preferências. Ela sempre dizia que assim era mais fácil não trair as esc

Guiado

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No astrolábio do tempo em teu lábio me oriento.

Azares

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Saí de casa tentando me precaver com a data: sexta-feira 13. Logo cedo invadi o dia e, descendo com toda pressa a rua da minha casa, um gato preto, desses bem típicos para o dia atípico, atravessa em minha frente sem pedir licença e, distraído, não consegui frear o carro, passando por cima do coitadinho do bichano que ficou lá, amassado no asfalto. Durante todo o dia, mais de sete carros passaram por cima do animal extinguindo de vez suas outras vidas subseqüentes até um gari recolher o que sobrou dele. Isso mesmo é que é azar...

Inspirado

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Há um incêndio enfumaçando a noite. Almas escorrem luzentes pelo candelabro. Os corpos queimam assim o desejo lampejo de compor o fim...

d'outro lado

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O cemitério afundado, que escolhe a vastidão de homens, é ao mesmo tempo viajante. É como se gárgulas chorassem almas para o fundo eterno da terra/céu de um lamento.

Soltura

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Que a grade agrade a liberdade que invade...