Indícios, mistérios e a queda


                        
A mídia, no entanto, acabou ficando órfã de notícias da queda palmeirense pelo simples fato da torcida alviverde não ter dado as caras no Palestra Itália na volta do time a São Paulo.
A imprensa esperava (e torcia) para um quebra-quebra geral que não aconteceu. Poucos “gatos pingados” estiveram lá num pobre e ridículo protesto. Gesto que desenhou um silêncio misterioso, pois, umas das mais violentas torcidas do Brasil, a Mancha Verde, não apareceu pra tocar seu bumbo ou atirar algumas históricas pedras que um dia já foi capaz de destruir a sala de troféus do clube.
E foi como um doente terminal que, mesmo muito amado, até mesmo a própria família acaba clamando pelo fim do sofrimento, mesmo incapazes de realizar a eutanásia.
A única diferença é que no futebol há sempre há a possibilidade da ressurreição, do renascimento. Foi assim quando o Corínthians caiu em 2007 triunfando depois na glória de uma conquista histórica, inédita e invicta de uma Libertadores da América.
Pouco antes do inicio do jogo da Portuguesa contra o Grêmio, já era evidente a queda alviverde. O palmeiras caiu pelo caminho. Psicologicamente tinha caído há tempos. O desespero pela anulação do jogo contra o Internacional após o árbitro ter invalidado um “gol de mão” do argentino Barcos denunciava a derrocada e a penumbra para onde se arrastava o time. O quesito paixão é que ainda iludia o torcedor. E é assim que tem que ser mesmo.
Mas a equipe não ajudava. Tanto, que nem mesmo um treinador campeão do mundo como Scolari teve como operar um “milagre”. Tirou “leite de pedra” quando conquistou o bicampeonato da Copa do Brasil. Mas nem mesmo seu passado glorioso a frente do Palmeiras foi capaz de mudar o fim do enredo.
Por fim, nos minutos finais do jogo da Lusa que empatava com o Grêmio no Canindé e empurrava de vez o Verdão para o buraco, vi que a bateria do meu celular também estava no fim. Mesmo assim tentei ligar para alguns amigos palmeirenses a fim de mostrar minha “consternação”. Ironicamente ninguém atendia. As ligações “caíam” misteriosamente e eu nem pude doar o pontinho que restava da bateria do meu celular para ajudar o “Parmêra”...

Lúcio Mauro Dias
é Jornalista, escritor e Corinthiano. 

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