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Pode escolher Senhor!

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Lembro muito bem, em meados de 1987, quando meu pai me acordou cedo num dia de sábado e me ordenou: "hoje você começa a trabalhar na loja do Antônio Barreto!" Era o meu primeiro emprego na vida, embora nas minhas reminiscências, há uma passagem em que eu, com meus 10 anos de idade, me vejo trabalhando na casa de uma vizinha nossa fazendo imagens de gesso do Divino Espírito Santo, decorados com ”brocal”. Mas foi na loja do Toninho Barreto que eu aprendi a  negociata do mundo mercantilista d'Aparecida. Antes do advento das coisas do Paraguai, nossa gente foi capaz de inventar e criar peças que dominaram o comércio. Como se esquecer de Dona Cida Murade e seu caderno anotando os pedidos das bailarinas de gesso que ela fabricava? As bailarinas de cores múltiplas eram bem aceitas entre crianças e adultos, o que fazia o Barreto fazer pedido toda semana. As capelas de vidro e madeira do Seu Alfredo. Mercadoria clássica, que dava um efeito maravilhoso nas pratelei

A construção da nossa identidade cultural

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Antiga Rua do Pinhão - Atual Rua 1º de maio - Década de 1940 As ruas de Aparecida escondem muitos mistérios. Foi assim que em 1996 a Professora Zilda Ribeiro resgatou, de alguns informantes, relatos, causos e histórias no seu livro " Braseiros e causos da Capella " que ajudaram a construir e a manter um rico cotidiano dos lugares e do povo daqui. Percorrendo as suas páginas, consegui destacar algumas citações que eternizaram alguns logradouros de Aparecida, contribuindo na preservação da memória popular de nossa cidade com uma linguagem simples e original: Bairro dos Maias, atual Rua Antônio Bittencourt da Costa: ... “Purquê essa rua não era rua ainda, era uma chácara, a Chácara dos Moraes”... ... “Muita gente dessa rua, gente mais antiga, conta que lá pra cima, devido os iscravo, parecia muita coisa... O dono desse morro foi um tar de Seu Maia, fazendeiro forte”... ... “Ele tinha muito iscravo e dizem que eles vórta de veiz im quando. Isso aqui era tudo c

Novos personagens na nossa nomenclatura urbana

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É para pensar: - Não existe nada mais solitário que uma placa de rua. Elas fazem parte do nosso dia a dia, mas quase ninguém mais nota sua presença. Alguém, vindo de fora, ainda é capaz de olhar para uma placa de rua por aí para simplesmente se situar. Mas além disso, existe ainda um descaso. Hoje a praticidade do GPS confisca a curiosidade de olhar para uma placa de rua. No muito, pergunta-se a algum transeunte "aqui é a rua tal?" E se confirma aquilo que o tal do GPS mostrou. Mas a placa ainda é a identidade da rua, o seu documento. Ela se porta sorrateira entre o cotidiano, driblando silenciosamente a ação do tempo e do homem. E o ser humano há muito tempo conseguiu perceber as vantagens que existem em aplicar um determinado nome aos locais por onde circula, assim ele pôde obter referências seguras para sua localização e se orientar em determinado espaço. E surge então as denominações próprias nos aglomerados urbanos. Paralelo a isso, estende-se a nomencl