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Mostrando postagens de março, 2012

Coisas do Facebook

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O que se vê no Facebook hoje em dia muitas vezes deixa a gente abismado. Como toda rede mundial de computadores, a Internet, existem coisas boas e ruins. Dias desses vi a expressão "narcisismo digital". Isso é quando alguém "curte" algo que ele mesmo postou. Mas o mais engraçado foi quando um internauta relatou que pediu solicitação de amizade há alguns dias atrás para uma amiga sua que havia morrido em 2011! Pior que isso talvez foi um outro que ao ver a foto de um cara cujo nome era Bosco e que havia falecido, deixou o seguinte cometário em baixo da foto: "Bosquinho, eu não fiquei sabendo de seu falecimento, me desculpe. Fique com Deus"...

No lugar exato

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O vagabundo passou a noite toda se enchendo de porcaria e perdeu a noção de realidade. A droga foi consumida mais que água na torneira. Precisava sair e arranjar uma grana pra poder comprar sua partícula de paraíso. Paraíso fumado, cheirado, de qualquer forma. Pegou sua arma, enfiou na cintura e saiu barraco a fora. No caminho, passou em frente ao cemitério e viu que ali acontecia um velório, onde parentes velavam uma pessoa da família. Era a deixa pra ele arranjar uns trocados sem nenhuma dificuldade. Só que o que ele não imaginava é que o irmão da defunta era um policial, que por ventura ou destino, estava armado de sua pistola. Anunciado o assalto, trocaram tiros mutuamente em meio a gritaria. O ladrão foi baleado e morreu. Esperou na fila ali mesmo seu sepultamento sem dar ao luxo e ao trabalho de ser carregado por um longo caminho...

Cinza

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Adoeceu. No final das contas, não havia sobrado quase nada de tudo que ganhou na vida. Isso culminava na ideia de que não poderia realizar seu sonho de que, quando a morte chegasse, pudesse ser cremado e suas cinzas espalhadas pelo vasto quintal de sua casa. Um jardim de flores múltiplas. Mas sabia que a esposa tinha lá suas economias. Numa última razão, quem sabe ela poderia fazer isso com sua carcaça esquecida pela alma. Ela era impiedosa. De sensibilidade zero. E jamais iria investir suas economias numa coisa funesta assim. Um dia, chegaram até a discutir veemente o caso. Uma crise de tosse no sujeito encerrou aquela que foi a última discussão entre os dois. O inevitável dia chegou. Ele que por toda vida esqueceu-se da morte, viu ela se lembrar dele. Foi numa manhã chuvosa e cinzenta, sem chance de se despedir do necessário que sempre o cercou: seus livros, seus projetos engavetados, seus discos e amigos. A esposa continuou achando uma grande bobagem a cremação e não voltou atrás. F

Um Poeta no Bar da Zizi...

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Era na mesma mesa de sempre. Maltrapilho, mas com algumas notas de dinheiro no bolso, era da mesma esfera que tinha a visão privilegiada do lugar. Fazia uma oração silenciosa ante a pequena imagem da Santa feita de gesso no alto da parede. Estava enfim protegido. Mal se sentava, lá estava a Zizi Macedo trazendo-lhe primeiro um aperitivo. Depois uma cerveja da qual bebia vagarosamente gole por gole, como se seu mundo particular estivesse em pausa. Uma caixa de som amarrada na mangueira impoluta do quintal trazia um som agradável ao ambiente. Por perto, passarinhos em debandada anunciavam o fim do dia imprimindo no céu certa liberdade. A tarde caía lenta e azulada num tom de azul ajustado secretamente por Deus. Fumaria um, dois, três cigarros antes de pedir outra dose mais forte que jogava goela abaixo sem hesitar. A aparição das estrelas tornava tudo mais belo. Isso fazia a esferográfica rolar soberana sobre um pedaço de papel. Pronto! Ele então estava de volta ao submundo da solidão es

O próximo

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Estava de passagem por ali. Notara que a cidade estava deserta como as velhas cidades fantasmas do West Americano. Não conseguia visualizar uma pobre alma. Estacionou seu velho "1113" em frente a única pensão que encontrara. Entrou sorrateiro e pôde perceber um senhor sentado na cadeira de balanço enrolado num cobertor. Era pleno verão e a necessidade daquilo não era normalmente visto. Ao se aproximar notou um velho cansado, apanhado por tremores. Era um rosto febril, de olheiras profundas. Olhos rubros que denunciavam uma moléstia. -Preciso de um pouso meu senhor para esta noite... A voz embargada quase imperceptível do dono da pensão iludiu seus ouvidos num “sim” remoto. Curioso por toda aquela debandada humana, quis saber o que houve com a cidade por estar tão deserta daquela maneira. -É uma moléstia meu filho. Estão todos doentes e trancados em casa... O primeiro a notar tal depressão física foi o prefeito, que depois de uma viagem de praxe, retornou assim. Depois, como

Mandatário

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Celebro editando o que o cérebro vai pensando...

Homenagem ao Dia Internacional da Mulher

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Aos 7 de março do ano de 2012, deu-se no Salão Nobre da Câmara Municipal de Aparecida a homenagem mais que justa ao Dia Internacional da Mulher, onde os Senhores Vereadores escolheram algumas mulheres de Aparecida em reconhecimento da edibilidade Aparecidense aos relevantes e estimáveis serviços prestados ao desenvolvimento da nossa cidade. Na solene noite, uma das homenageadas foi minha querida Mãe, Senhora Maria Borges Dias, que recebeu das mãos do Vereador Harlei Diniz a placa comemorando a data. Minha Mãe Maria Borges Dias nasceu na vizinha cidade de Lagoinha em 16 de outubro de 1937. Veio para Aparecida aos 12 anos de idade. Foi pajem de crianças na Santa Casa de Guaratinguetá na sua juventude e trabalhou como governanta em casa de particulares. Foi também dona de uma "caixinha" de lembranças onde atendia os romeiros de Nossa Senhora Aparecida no antigo escadão que dá acessoa ao centro velho. Casou-se em maio de 1962 com o Fotógrafo Joaquim Dias com quem teve cinco filho

Essência

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Escarre esse ódio que engasga, vomite seu ciúme doentio, cuspa pra fora seu mal querer. Vamos chorar lágrimas de emoção, suar pele com pele essa paixão devastadora, secretas e extasiantes secreções. Engolir sem ruminar o refluxo desse amor e não transformar em matéria fisiológica esse sentimento que mantém vivo a essência de nós dois...

Imperceptível

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Dou de ombros aos assombros dos monstros nos cômodos...

Desconhecidos

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Há parente que aparentemente mente o que há...

Infância

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A pipa que do céu segura o mundo, reflete na liberdade a força do amor profundo...

Fragmentos ao dia

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Reacendo a chama inspiradora na tarde. Logo, versos loucos e breves me colocam no suposto poema. Vejo ruínas se debandarem e aproximo a lógica fase ao brilho novo que me retém. E me revejo outra vez poeta, derramando poesia nos olhos secretos de alguém...

O mensageiro

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Ao amigo Marcelo Dias ...O suor lhe escorria pela fronte deixando um lastro luminoso. Parecia que no apelo de seu ofício, algumas gotas luminescentes vindos de sua alma iluminavam as palavras trancadas nos envelopes múltiplos onde resenhas cotidianas tentam na eloqüência conservadora se comunicar. Anda pelos ponteiros do dia o mensageiro, que resumindo a tarde escaldante, passa a merecer depois que sua labuta seja premiada com o oásis refrescante junto dos seus...