Novos personagens na nossa nomenclatura urbana



É para pensar:
- Não existe nada mais solitário que uma placa de rua.
Elas fazem parte do nosso dia a dia, mas quase ninguém mais nota sua presença.
Alguém, vindo de fora, ainda é capaz de olhar para uma placa de rua por aí para simplesmente se situar. Mas além disso, existe ainda um descaso. Hoje a praticidade do GPS confisca a curiosidade de olhar para uma placa de rua. No muito, pergunta-se a algum transeunte "aqui é a rua tal?" E se confirma aquilo que o tal do GPS mostrou.
Mas a placa ainda é a identidade da rua, o seu documento. Ela se porta sorrateira entre o cotidiano, driblando silenciosamente a ação do tempo e do homem.
E o ser humano há muito tempo conseguiu perceber as vantagens que existem em aplicar um determinado nome aos locais por onde circula, assim ele pôde obter referências seguras para sua localização e se orientar em determinado espaço. E surge então as denominações próprias nos aglomerados urbanos.
Paralelo a isso, estende-se a nomenclatura dos logradouros públicos que conseguem eternizar a memória de inúmeros personagens da nossa história, e em particular, alguns vultos Aparecidenses que foram capazes de contribuir para o progresso de Aparecida ao longo de décadas.
Desde o último dia 15 de abril, através dos Projetos Legislativos dos Vereadores Wadê, Fran Pé Sujo e Xande, a nossa cidade homenageia, com todo mérito, alguns personagens inesquecíveis que passam a nomear algumas vias públicas. Sem falsa modéstia, quase todos indicados por este jornalista que trabalha já há algum tempo no livro "Pelas Ruas que andei", idealizado em consequência da coluna de mesmo nome publicada mensalmente neste jornal.
O grande amigo Júlio da Banca (Júlio José Ferreira dos Santos) passa a denominar a rotatória existente à Praça Dr. Benedito Meirelles, em frente ao Grupo Escolar Chagas Pereira;
A inesquecível e muito querida Professora Beza Freitas passou a denominar a rotatória existente à Praça América dos Santos Moraes, próxima ao antigo Mercadão;
Meu pai, o Fotógrafo Joaquim Dias, denomina agora a rotatória existente à Praça Marechal Deodoro, que fica quase em frente ao velório municipal;
José Maria Ribeiro, o grande Zé Maria do Bar, denomina agora a rotatória que fica na Avenida Padroeira do Brasil, ao lado do Viaduto Alfredo Marcelino, no São Roque;
O amigo e entusiasta político Zulu (Elizeu Casemiro de Oliveira) denomina agora a rotatória que fica na confluência da Alameda Chad Gebran e das Avenidas Décio Andrade Nogueira e Padre Antão Jorge, próxima a Passarela Dom Geraldo Maria de Moraes Penido, que leva ao antigo Bairro do Tigrão;
O Jornalista Artur Marques denomina agora a rotatória à Praça Santo Afonso na Ponte Alta, próxima ao Viaduto Soldado João Batista Nogueira Silva;
O grande prefeito Alfredo Bourabebi passa a denominar a antiga Avenida Integração, na Vila Mariana;
E a mais importante homenagem feita nessa ocasião foi a denominação da praça que fica em frente ao Cemitério Pio XII como Praça Simão Marcelino de Oliveira, o lendário Simão Miné, que já era para ter sido incluído na nomenclatura das ruas de Aparecida em 1992, num decreto do Prefeito Dico que reservava o nome de Simão Miné para a próxima via a ser aberta na cidade, mas que nunca foi lembrado nesses últimos 27 anos por nossas autoridades políticas. A lembrança na indicação do nome de Simão Miné teve um importante empenho do meu amigo Carlos Alexandre, o "Xangô", presidente do Grupo Namíbia e grande entusiasta que trabalha em defesa da preservação da cultura e da memória Afro de Aparecida.
Como o próprio Projeto de Lei diz, fica agora o Poder Executivo designado a confeccionar e afixar devidamente as placas indicativas nos locais.
A proteção da nossa cultura passa também pelo processo de criar novos elementos que permitem eternizar a memória da nossa gente.
Um grande e importante feito da Câmara Municipal de Aparecida em nome desses personagens ilustres...

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