A linguagem dos retratos


Fotografia não é apenas a incidência de luz sobre uma superfície específica. Nem tão pouco a precisão única de aprisionar o momento.
Fotografar é ir além que eternizar o estático. É dar liberdade á memória reacendendo a nostalgia. É desvencilhar o instante e fazê-lo se locomover no tempo, o redesenhando numa outra estrutura: a do diálogo atemporal da imagem independente de época.
Fotografias sugerem palavras, estimulo primaz de inquietação. Tradução de poses, sorrisos, lugares e pessoas.
Imprimem a longevidade dos dias cravando raízes no ontem. Elaboram e mostram a perspicaz habilidade do silêncio que narra o acontecido aos olhos, tidos como as janelas dessa luminosidade contida. É assim que revelam almas.
A fotografia, sendo uma espécie de “máquina do tempo”, é capaz de nos deslocar entre o inexorável fazendo do esquecimento algo histórico. Do particular, algo lúdico. Do cotidiano algo épico. Das dedicatórias quase apagadas em seus versos um pedaço real de um momento distante, amarelado no ímpeto de trazer para luminescência do presente resquícios importantes de uma vida.

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