Pelo tempo que já vivi, vejo que tenho mais passado do que futuro em minha vida.
Essa é a reflexão para se entender melhor a história...
-Lúcio Mauro Dias-
Expediente.
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Folhas amarelecidas voavam na calçada em frente, suavizando o sono do velho gari desatento, que disputava com a vassoura quem era o mais dormente, enquanto os ponteiros davam voltas pelo tempo.
Por conta de minha filha Larissa estar tendo febre há uns três dias, uma tia de minha esposa, em conversa por telefone, foi sucinta em seu comentário: “Essa menina está assustada ou aguada por alguma coisa”... De fato, em duas idas ao pronto socorro, os pediatras não conseguiram detectar nenhum problema mais grave. Não era garganta, ouvido ou algum dentinho nascendo, o que estava causando estranheza pela febre decorrente. Além de dar o “diagnóstico”, a tia foi logo dizendo o “antídoto” para a cura: chá de hortelã com raspas de chifre de carneiro. Vivi entre as crendices populares típicas de cidades do interior. Convivi com todos os meus avós e minha mãe, nos arautos dos seus 78 anos, ainda prega essa cultura popular de usar plantas e métodos pouco convencionais para curar algum mal. Assim sendo, mesmo cético para algumas coisas na vida, lá fui eu tentar encontrar o tal chifre... Não me aventurei em outro lugar sem antes passar pelo mercadão de Guaratinguetá. A minha intui...
Desde muito tempo, a necessidade que o homem tem de se comunicar o fez ultrapassar seus próprios limites. Em épocas distintas o modo de se expressar foi se transformando e para se definir alguma situação foram surgindo “bordões” e denominações populares herdados das pessoas mais antigas. Essa sabedoria popular definia com certa precisão aquilo que as pessoas muitas vezes não conseguiam explicar formalmente, pois, a maioria das pessoas tinha maior dificuldade em cursar escolas e faculdades onde o lado intelectual acabava ficando estacionado. Hoje, devido à americanização de inúmeras palavras, caíram em desuso aquelas denomi-nações que eram quase sempre incorporadas na informalidade do nosso dia-a-dia. Quando se tem excesso de estima com alguma coisa, minha mãe sempre diz: “Urubu que paparica muito o filhote acaba derrubando do ninho”. Para definir quando certas pessoas abusam da bondade de outras diz: “Enquanto existir cavalo São Jorge não anda a pé”. E por aí seguia: “O que a água dá a...
Devido às condições topográficas de Aparecida, a cidade foi garganta de passagem obrigatória e uma verdadeira encruzilhada da cultura indígena. Um lugar muito apropriado para trânsito e fixação de várias tribos. Na década de 60, quando das escavações para se erguer a estação rodoviária de Aparecida, foram encontrados ali objetos arqueológicos de suma importância para o conhecimento das culturas indígenas que povoaram o Vale do Paraíba, dentre os quais crânios e urnas funerárias, levantando a tese de que o local foi uma espécie de cemitério há algumas centenas de anos atrás. Pelo que foi encontrado, uma certeza se tem: aqui também era solo sagrado para os indígenas, pois nele estavam seus antepassados enterrados. A palavra "cemitério", do latim tardio coemeterium, derivado do grego kimitírion, a partir do verbo kimáo, "pôr a jazer" ou "fazer deitar", foi dada pelos primeiros cristãos aos terrenos destinados à sepultura de seus mortos. Na Europa o sepultamen...
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