Sinais dos tempos.


Tudo parece mágica.
Depois de escrever o necessário, anexar um arquivo que pode ser uma música em formato MP3, um vídeo ou uma fotografia digital, a outra pessoa, lá do outro lado do mundo ou ali mesmo no seu bairro, recebe via internet um “e-mail” desbravando ondas invisíveis e tem acesso ao conteúdo.
Essa onda futurista que trouxe a internet mostra a cada segundo que não haverá parâmetros para que as pessoas possam se comunicar, fazer transações bancárias e até compras mensais ou esporádicas onde antigamente só era possível empurrado um carrinho pelos corredores do supermercado. Tudo em muito pouco tempo e se deslocando o menos possível de distância.
A escrita de hoje usada pelos usuários da internet, mesmo assolada pela revisão ortográfica, é o “top” na matéria em se comunicar rapidamente sem perder muito tempo diante do teclado do computador. São palavras de formato bem original e abreviadas ao máximo possível, onde um leigo, acaba não entendendo nada do que se é falado alí. “On line” é possível se comunicar em questão de segundos com alguém que se encontra do outro lado do planeta. É tanta rapidez que ás vezes parece que a pessoa está conversando lado a lado com a outra. Uma câmera “web can” acoplada ao micro dá a noção exata de realidade na conversa.
Certa vez, minha irmã Sueli Dias foi morar na cidade de São Sebastião, no litoral paulista. Sua casa ficava numa praia afastada chamada Juquehí.
Com o passar do tempo, a única forma de sabermos notícias dela era por carta, isso quando era possível pra ela ir até o centro da cidade colocar uma dessas correspondências no correio.
Depois de alguns meses, ela conheceu um casal que tinha uma casa de veraneio por perto e que eram concidentemente de Guaratinguetá. Aposentados, eles iam pra lá quase todo final semana e interessados na dificuldade dela em nos dar notícias, se ofereceram para trazer as cartas endereçadas aos meus pais.
Numa dessas vindas, algo atrasou o destino daquele “mensageiro”...
Minha irmã tinha vindo pra cá e o espanto daquele senhor foi que, ao bater palmas do portão da minha casa, acabou dando de cara com ela, que com um sorriso nos lábios, fez contraste com o vermelhidão do rosto dele que não soube encontrar palavras para pedir desculpas pelo “pequeno” atraso da correspondência. Coisas folclóricas da arte de se comunicar que a tecnologia de agora não deixa mais acontecer.

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