Retratos de nós mesmos.
Por Célio Luis Batista Leite (Celinho) O cinema italiano está para o mundo da sétima arte assim com o futebol brasileiro está para o mundo da bola. Giuseppe Tornatore não chega a ser um Pelé, mas pode ser considerado um Garrincha. No filme “O Homem das Estrelas” (1995), este fantástico diretor conta a história de um charlatão que percorre a Sicília, nos anos 40, filmando e retratando pessoas para se tornarem estrelas de cinema, cobrando 1.500 liras por isso. Impressionante ver como rostos simples se transformam diante de câmeras: verdadeiras estrelas daquele momento. Quando assisti ao filme pela primeira vez, foi impossível não me lembrar das cenas que eu via, quando criança, na Praça Nossa Senhora Aparecida. Os “retratistas”, postados em frente à Matriz Basílica, com suas “caixas mágicas”, registrando nas chapas o rosto dos romeiros que vinham rezar aos pés de Nossa Senhora. As fotografias, muitas vezes, retratavam gerações. Eram vários componentes de uma mesma família que, às ...