Aparecida, 82 anos de Emancipação Política/Administrativa 1928-2010
O movimento pró-emancipação de Aparecida remonta ao século XIX, com uma frustrada tentativa de criação do Município de Aparecida.
Em 1895 foi apresentado à câmara de Guaratinguetá um projeto para a criação do municipio. Em setembro deste ano a câmara recebeu um ofício da Secretaria de Estado dos Negócios do Interior pedindo informações e minuciosos esclarecimentos do povoado em vista a solicitação dos respectivos habitantes. Houve ainda um outro movimento frustrado em 1898. Na ata de 16 de dezembro de 1895 da câmara de Guaratinguetá consta:
“Considerando as condições topográficas, a inexistência de prédio para a cadeia e casa da câmara e além da proximidade que se encontra a povoação de Aparecida a cidade de Guaratinguetá e que há toda facilidade de comunicação pela estrada de ferro e já pela estrada de rodagem em que sua extensão não excede a 3 quilômetros, não há nenhuma conveniência na criação do municíupio de Aparecida”.
O processo de emancipação 1924/1928 é uma continuidade dos movimentos de 1895 e 1898, embora com pessoas e fatos diferentes, mas com o mesmo desejo em ver Aparecida independente.
O Cônego Henrique e o professor Júlio Machado Braga fizeram de seus jornais instrumentos de luta pela emancipação. Haviam muitas lideranças que colaboraram com artigos e recursos para manter os jornais, viagens e reuniões. O mais destacado jornal em defesa dos interesses locais, especialmente para reacender o movimento emancipacionista foi o jornal “A Liberdade” que surgiu em 16 de março de 1924, e teve seu último número circulando em 28 de outubro de 1928, às vésperas da nossa emancipação.
Embora existisse todo um movimento local pela emancipação, esta não aconteceria sem a ação de líderes regionais e estaduais.
Em 22 de novembro de 1925, um grande número de pessoas, todas emancipacionistas, reuniram-se no Cinema Rio Branco que ficava na Rua Monte Carmelo, para dar continuidade à conquista de seus ideais. Estava presente o Deputado Dr. João Batista Rangel de Camargo que representava, a partir de então, os interesse de Aparecida em duas importantes frentes de luta: a Câmara de Guaratinguetá e a Assembléia Provincial de São Paulo. Nesta reunião é formada a Liga pró-Emancipação que tinha como presidente o Comendador Augusto Marcondes Salgado e vice-presidente Américo Alves Pereira Filho.
Depois de muita luta e o empenho de nomes importantes do cenário político municipal, regional e estadual, em 17 de dezembro de 1928 Aparecida se emancipa de Guaratinguetá e imediatamente é eleita a primeira câmara composta por Américo Alves Pereira Filho, Comendador Augusto Marcondes Salgado, Capitão Emygdio Soares Moreira, João Batista Rodrigues de Andrade, João Ferreira Barbosa e José de Freitas Valladão.
Reunida a câmara em março de 1929 elegem como primeiro prefeito do novo município o senhor Américo Alves Pereira Filho.
Fonte: Livro “Nossas Origens 3”-Benedicto Lourenço Barbosa-2008
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