A esperança no palhaço
Heitor já andava estressado com tudo. Também pudera: com os exames do mês passado, descobriu que seu filho caçula estava com um tipo raro de câncer. Na empresa, Heitor sempre foi simpático com todos. Tudo mudara com a doença do filho, inclusive sua relação com a esposa. Ela via o casamento ruir aos poucos. Projetava algo que pudesse mudar aquela silenciosa relação mas a forma “seca” de Heitor botava tudo a perder. Há muito ele sequer esboçava um sorriso. Num dia, Heitor aguardava numa sala da empresa junto de outros colegas o presidente daquele império que convocara aquela reunião em carater emergencial. Na televisão passava o horário político, onde um candidato chamou a atenção de todos. Um “palhaço” pedia que votassem nele dizendo que “pior que estava, não ia ficar”. “Este ainda está arriscado a ganhar”, disse um. “ e seus votos vão puxar aquele outro que estava envolvido no mensalão”. Diante daquilo, Heitor deu um sorriso irônico, dizendo que “se o palhaço fosse eleito, o circo esta...