Os 80 anos do último Retratista Lambe-lambe


Quase toda manhã eu o encontro subindo a Rua Floriano Peixoto.
Andar vagaroso, “manquitolando” de uma perna. De boa prosa e memória aguçada.
Nossa conversa não foge á regra: a arte fotográfica. Da lembrança, trazemos à tona a memória dos retratistas falecidos e suas histórias, apelidos e artimanhas.
Foi com ele que aprendi que a fotografia não pode ser considerada apenas um arquivo. Quando fotografamos com os olhos, retratamos a alma. Assim as recordações não se deterioram na poeira do tempo e da saudade.
O meu amigo retratista corinthiano Antonio Minaier foi um dos pilares na concepção do livro “Os Guardiões da Santa” que narra a saga dos Retratistas Lambe-lambe da Praça Nossa Senhora Aparecida, lançado ano passado. Graças a ele, retratos postais em preto e branco e sépia de formato original 9x12, guardados num baú de recordações, puderam ilustrar com fidelidade as páginas do meu livro.
Ao longo do tempo ele ilustrou também inúmeros jornais e revistas mundo afora, tornando-se uma referência em reportagens sobre a arte da fotografia “a La minuta”.
Seu Toninho foi ainda o último Lambe-lambe a fotografar com a lendária máquina tripé pela Praça até meados de 2006. Sua legendária máquina ornamenta impoluta o Museu Municipal José Luiz Pasin desde 2008.
Quero aproveitar este nobre espaço para lhe parabenizar amigo MInaier pelos seus 80 anos de vida. É uma honra poder fazer parte do seu convívio.
Que a Santa Aparecida te proteja sempre. Das dores e das mazelas da vida...

21 de Janeiro de 1935/2015





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