"Je suis Jean Charles"

Prestes a completar 10 anos, o assassinato do brasileiro Jean Charles no metrô de Londres cometido pela SO19, a unidade armada da Scotland Yard, caiu no esquecimento.
No Brasil, foi notória a adesão ao “Je suis Charlie” pelas redes sociais. Isso ocorreu graças a comoção que a mídia internacional impôs goela abaixo sobre os atentados terroristas ocorridos na sede do jornal Francês Charlie Hebdo. O assassinato dos membros do jornal Charlie vai ser ainda por um bom tempo o grande acontecimento pelo avesso da nossa geração.
Mas de inocentes eles não tinham nada e o restante da equipe anunciou dias depois da tragédia a remessa de 3 milhões de exemplares para o próximo número do jornal, que esgotados, subiu para 5 milhões.
 A edição veio novamente estampada com outra charge do profeta Maomé. Um humor ácido de um ato irrelevante diante de um lucro estimado em 15 milhões de Euros. 
A liberdade de expressão diante disso acaba exalando um teor irresponsável sim e se confunde com uma libertinagem provocativa que culmina no terrorismo eminente.
O caso do brasileiro Jean Charles teve o chefe da policia à época do assassinato recebendo 400 mil Libras de indenização apos pedir demissão do cargo. Paralelo a isso, em 2009, a família de Jean Charles recebeu a indenização de 100 mil Libras.
A atitude covarde que foi o assassinato de Jean Charles jamais terá força suficiente para vir a manchar a reputação e o orgulho de instituições como a polícia e o governo de países europeus.
Por aqui ainda houve pequenos grupos levantando o cartaz "Je suis Charlie" sem nem mesmo lembrar que também temos um Amarildo desaparecido e muitos  que ainda sobrevivem precariamente ao terrorismo social de cada dia.
E a memória tupiniquim acaba mesmo se consolidando em algo mequetrefe que costuma se amparar nos modismos e nas ironias estrangeiras... 


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