Uma mulher de fibra.
Eu estava trabalhando em Guaratinguetá havia apenas dois meses.
Não conhecia direito as pessoas com quem iria me relacionar, já que, por ser um recepcionista, havia de ter a destreza de conhecer e entender o mais rápido possível os muitos personagens que iria encontrar.
Ela vinha sempre radiante.
Rosto encoberto pela forte maquiagem, cabelo espatifado, roupas que não condiziam com sua idade e de tecidos onde a estampa de “oncinha” predominava. Tinha a cútis queimada de sol, fruto da sua labuta que eu iria descobrir posteriormente qual era. Falava sem travas na língua e num tom mais alto que o normal. Um ser no mínimo exótico.
Da primeira vez que ela chegou até mim, veio perguntando se “o presidente” havia deixado o dinheiro dela comigo. Eu questionei a suposta divida pensando sarcasticamente como o nosso presidente tinha coragem.
Ela na verdade nem me deixou falar direito e me interrompendo disse:
“É que eu limpo o túmulo da família dele aqui no cemitério em frente”...
Depois ...