A história definitiva
Oito anos de pesquisas. Esse foi o tempo que eu levei para conseguir
reunir num livro a história definitiva sobre as ruas de Aparecida e seus
personagens. Tempo que foi preciso me embrenhar no esquecimento de papéis
amarelados e de fotografias empoeiradas. Relembrar e resgatar histórias e
pessoas quase perdidas. Um livro que permitirá o encontro de traços de uma
cidade em construção e de pessoas que trabalharam no intuito de buscar o
progresso do lugar.
Para tanto, foi preciso também ir de encontro ao passado. Vasculhar cada sepultura dos cemitérios de Aparecida e decifrar cada lápide apagada. Ali, naquele vasto esquecimento, poderia estar uma informação muito importante. O nome de alguém que, na luminosidade de sua época, foi capaz de empreender, de ajudar, trabalhar e de construir o que a cidade é hoje. Nas alamedas desses campos santos, foi preciso driblar a saudade e matar escorpiões de ruínas esquecidas. Assim foi possível reencontrar vários vultos que agora estarão também eternizados nas páginas do livro “Pelas Ruas que andei”.
Depois, a vasta procura em meio a centenas de certidões de óbitos.
Folhas originais de uma última lembrança. Datas, gente importante e gente
comum. Pessoas cujo nomes nunca mais foram sequer pronunciados, igualados num
mesmo projeto final de existência.
Nesse período, as famílias foram um importante suporte. Pessoas que,
pacientemente, foram visitar gavetas e arquivos pessoais e colaboraram com
imagens raríssimas de seus entes queridos.
O livro "Pelas Ruas que andei" é uma obra literária que vai
resgatar a identidade e as fotografias dos personagens que denominam todas as
vias públicas oficiais de Aparecida, num período que compreende o surgimento do
povoado, passando por sua Emancipação, em 1928, até os dias atuais.
A primeira rua, o largo da capela. As primeiras doações para abertura de
vias públicas. As desapropriações, as ruas do Distrito de Roseira, as Ruas do
Bairro Itaguaçu e seus significados. Ruas desaparecidas (sim, aqui também ruas
sumiram do mapa), as ruas esquecidas, as vilas já extintas, os sobrenomes, os
becos. Os personagens, os decretos, as leis de denominação. “Quantas ruas de
Aparecida têm nome de mulher?” “Quantos padres são nome de rua?” “O viaduto da
Ponte Alta tem nome?” “E a passarela do antigo Bairro do Tigrão?” “Onde fica o
Buraco da Onça?” “Quem foi Negro Reis?” “Quem era Raquel de Almeida?” “Onde era
a Rua do Pinhão?” “E a Rua do Porto, onde era?”
Essas e muitas outras indagações que aguçam a curiosidade, você vai
poder encontrar nesse livro definitivo sobre nossas ruas. Um documento único e
histórico. Um ato heroico diante da complexidade deste tempo de pandemia. Uma
obra pensada para valorizar a história e a importância de cada rua e de cada
personagem. Um livro que trará um pouco de cada um de nós em suas páginas. Um
verdadeiro reencontro!