Dias melhores pra sempre!
E já vem de
longe a mania de associar o corinthiano às mazelas humanas.
O ladrão é
corinthiano. O descamisado, sem dentes na boca. O preto, o pobre. São as mais
notórias representações do torcedor do Corínthians. A sociedade tende mesmo a
excluir o indivíduo, recortando-o a partir das diferenças sociais.
“Corinthiano é vagabundo!” “Onde já se viu colocar 32
mil pessoas para assistir um treino?” “Bando de desocupados!” Era sábado. Dia guardado
pra descanso como diz a bíblia.
E o corinthiano segue
acreditando em dias melhores. Sofrendo o diabo em cada esquina, em cada
emprego, em cada boteco da vida afora onde a cachaça fica amarga demais pra
gente voltar a sorrir. E agora esse tal de Whatsaap...
Mas com o passar do tempo, o
torcedor corinthiano acabou por incorporar o rótulo de “sofredor” cantando e
agradecendo a Deus por isso. A torcida descobriu que o sofrimento tem a astúcia
de levar além.
Para o corinthiano uma partida de futebol não começa apenas quando o juiz apita. O jogo do Corinthians começa na véspera, na noite mal dormida, no medo da derrota, na proposta de vitória, no valor incalculável de um simples empate. Nas rezas intermináveis, nos contatos supremos com os patuás, rosários, trevos, figas e sei lá o que mais.
Para o corinthiano uma partida de futebol não começa apenas quando o juiz apita. O jogo do Corinthians começa na véspera, na noite mal dormida, no medo da derrota, na proposta de vitória, no valor incalculável de um simples empate. Nas rezas intermináveis, nos contatos supremos com os patuás, rosários, trevos, figas e sei lá o que mais.
Quando o time é o campeão,
de fato e direito, lá vêm os especialistas de plantão tentar aniquilar a
alegria: “Foi roubado! Estava impedido!” “O gol foi de mão!”
“Apito amigo!”
“Você está estranhando oquê meu amigo? Até o estádio
foi roubado...!”
Somos assaltados
diariamente, onde os ladrões, não só roubam nossas suadas moedas, como também a
nossa dignidade. Não usam armas de fogo. Mas reformas que funcionam como
verdadeiros revólveres.
E este foi sem
dúvida alguma o Brasileirão mais disputado da história. A cada rodada tinha um
vice lider diferente.
O Corínthians
é sim o grande protagonista social. Da classe A à classe Z. Entre heteros e
homossexuais. Simpatizantes e homofóbicos. Ateus e religiosos. É fonte de
difusão de comportamento entre os prós e os contras.
O Time é a
manchete dos momentos. Desde jornais impressos até ações contemporâneas dessa
“guerrilha” que se transformou as redes sociais.
Digamos que é um mal necessário. Não se vive sem ele. Quando ganha, faz
a alegria de milhões. Quando perde, os chamados “antis” fazem a farra. E que
farra! Aqueles que não têm mundial, os que fazem 10 anos que não ganham nada e
que nunca comemoraram um título na era do Whatsaap e aqueles que só vencem o
paulistinha. Eles todos também, de certa forma, vivem de Corínthians. E quem é
que não vive?
Como disse meu amigo palmeirense Dito Cabra: “na verdade, no futebol, a coisa mais gostosa que existe é mexer com
corinthiano. Se não fosse o Corinthians ‘nóis’ tava fud...”
É um privilégio poder ter bebido nas conquistas de 1990, 1998, 1999,
2005, 2011, 2015 e 2017 no auge das faculdades mentais dos meus 45 anos.
Dias melhores pra sempre!
Vai Corinthians.