“Legal,legal!”
Havia alguma coisa rara naquele homem decorado por Deus com uma voz insuperável, ancorado numa esquina da história aparecidense. Ao encontrá-lo, Vítor Prado parecia-me uma espécie de “embaixada” onde eu depositava a minha utopia em ser escritor. No esquecimento da impossibilidade, logo eu era encoberto por um leve sabor de realidade que estava prestes a ser mudada numa tomada nova da vida, flutuando no espaço tempo. Ele tinha o dom de retirar da gente o medo de acreditar. Foi assim desde quando morou ali na Rua Floriano Peixoto onde o que nos igualava era a torcida pelo time do povo. Um sobrenome comum entre milhões e entre eu e ele: “corinthiano”. Devido a amizades assim é que a gente aprende que não precisa ser brilhante todos os dias nem que cada crônica venha beirar o inesquecível na pretensão de ser publicada. Algumas folhas de jornal embaixo do braço mostrava como ele era bem informado. Uma palavra entoada contemplando o acaso e a velha mania em nunca gostar de me chamar pelo nom...