A música acalentando a dor.
Rege a lenda de que em Aparecida só fica sem alguns trocados no bolso quem quer. Foi pensando nisso que acabei por observar com mais atenção meus inúmeros CDs de músicas empoeirando na estante e acumulando um tempo imprevisto sem serem sequer tocados. A tecnologia de hoje permite que o computador, interligado ao aparelho de som, reproduza fielmente a mídia digital das músicas agrupadas em pastas de formato MP3. Logo, a grande ideia: passar todos os já considerados obsoletos CDs para a memória do micro para depois, a um preço simbólico, tentar faturar alguns trocados. E lá se foram alguns dias até todos estarem devidamente copiados. O alvo agora era a Barbearia do Niquinho, ali na Santa Rita. É lá que todo mundo passa e pára um pouco pra discutir o futebol, a política escassa de esperança ou até mesmo somente para escutar um som regido pelo bom gosto do Niquinho. Desci a rua então às duas da tarde sob um sol forte com meus velhos CDs de estilos variados e ecléticos. Depois de três horas...