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Mostrando postagens de julho, 2011

Utilidade esquecida

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Uma trinca na tranca ruim recria o trabalho da tramela enfim...

Erros.

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A culpa que não nego arrasta a cruz que carrego.

O observador

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O fim do tédio: -Ela na janela do prédio.

Inexorável.

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É devagar que o ponteiro aponta a pressa o tempo inteiro.

Ouvindo vozes...

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Vindo lá do ponto final da Rua Santa Rita, o ônibus da Marrom começa a preencher todos os assentos já na rodoviária. Todo tipo de assunto sucumbe ainda pela cara mal humorada do cobrador e da cara de sono de quase todos. Mas tem sempre algum passageiro engatilhando um assunto que, meu Deus, vai até Guaratinguetá falando sem parar. “O tempo mudou de ontem pra hoje”, “Se continuar assim vai esfriar”. É o que se ouve quando a falta de assunto prevalece. Ao passar pela roleta, duas senhoras questionam entre si “qual o motivo pra passagem ser tão cara”. Sem culpa desse monopólio, o cobrador nada diz e fecha ainda mais a cara diante da passagem tão cara. Logo, uma velha senhora lá na frente emplaca a frase: “Mas porque tanto escândalo por causa de um grampo?” Se ela não lê jornal, nunca vai entender. Um carro de som estridente que vendia seus produtos sem saber que assim afastava os compradores atrapalhou que eu ouvisse o resto da conversa, pois a velha desceu em frente à Santa Casa. Creio q

O adeus do velho combatente

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O que dignifica a existência de um homem passa sempre pela hombridade de seus gestos. Logo, sua história vai além da sua existência, onde, seu tempo, parece se instalar numa espécie de pacto com os dias. Seu silêncio era na verdade seu mais forte grito. O grito de um homem cansado pela luta da vida e pelas injustiças que ela traz. Mas ele não tombou. Nem pelo cansaço, muito menos pelas históricas injustiças. Resistiu como um herói às batalhas contra os preconceitos, onde as cicatrizes, se arrastaram como testemunhas pelo tempo sem fim. Negro forte na postura transcendente de sua raça. Homem Límpido como a lágrima um dia caída. Ainda muito jovem, a serviço da Pátria, Benedito José de Freitas partiu para os campos da Itália e lutou bravamente pelas Forças Aliadas na Segunda Grande Guerra Mundial como soldado integrante da Força Expedicionária Brasileira e recebeu no curso de seus 93 anos de existência inúmeras condecorações e honrarias. Incansável e benemérito desportista, de amizade sau

As minúcias de Lúcio Mauro-Noite de autógrafos

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Sexta à noite. Câmara Municipal de Aparecida. No calendário, 15 de julho; no relógio, 19h30; no céu, a grandeza de uma lua cheia. Tinha início o lançamento do livro MINÚCIAS POÉTICAS, do cronista e jornalista Lúcio Mauro Dias, autor de nossa cidade. Da prosa conhecida por muita gente, o escritor voou para a poesia, até então pouco compartilhada com seus leitores. A obra lançada reúne mais de uma centena de pequenos poemas, alguns quase haicais, outros com a leveza e concisão dos poemínimos de Mário Quintana. Um livro belo em conteúdo e aparência. Os convidados chegaram. Verdade que foram poucos, mas todos comprometidos com a literatura do autor: Os poetas Marco Reis, Tonho França e José Benedito da Silva, o “Dico”. Passando pelos historiadores Benedicto Lourenço Barbosa, Luiz Afonso de Freitas e Alexandre Lourenço Barbosa. O fotógrafo Jair Dias, Dr. Carlos Ontiveros, Dr. Francisco de Souza Sales, o popular “Chico Tampa”, Edson Antunes, Claudio Henrique Silva e o comerciante Flávio Proe

Separados

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"Maria sem José, esqueça a lágrima fria. Aqui, também tento sorrir, mesmo sendo um José sem Maria"...

Elos

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De tão perto, pareceu ser tão distante... O sertão no peito do retirante.

Quadrúpede

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O peso da sorte dura mesmo preso à ferradura.

Uma noite de apreensão.

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No ano de 2006, quando houve as rebeliões nos presídios do Estado de São Paulo, a cadeia pública de Aparecida também teve seu momento de “apreensão”. Houve um motim e um policial civil acabou ficando refém dos presos em questão. Lá, durante a rebelião, segundo informações colhidas depois, amotinados subiram um gradil para fazer alguma reivindicação e um detento de dezenove anos acabou levando vários tiros. Isso ocorreu por volta das 2 horas da manhã. A viatura policial desceu a Rua Barão do Rio Branco na contra mão e quase adentrou ao Pronto Socorro com a velocidade que estava. Estavam todos com o semblante apavorado e solicitaram a maca com urgência, pois o detento baleado estava em estado grave. Removido o preso para a sala de emergência percebi com os demais colegas que ele já estava morto. Minutos depois chega ao P.S. o delegado de policia que foi direto falar com o médico de plantão. Entraram numa sala e ali ficaram por alguns minutos. Depois, a ordem dada ao médico chegou até a m

Dá licença poética...

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...Quanto tempo por ali, revestido de história, refeito de instantes. Quanto tempo sozinho, poeirento e febril, dados compulsivos de solidão. Perco-me em vastas palavras, em paredes caiadas, abstratas lembranças. O pai que não voltou, a voz que não saiu. O esmero guardado em anéis de ouro. O amor que chegou na hora exata registrada pelo coração. Quanto tempo escurecido, sem cores, sem vida. Torpe desgaste de impacto. Desenhos são retratos que da memória derramam a percepção iludida. Desenho então tudo que não posso escrever. Reescrevo aquilo que já não desenho mais. Sonhos são hastes por onde carrego vontades escondidas. Lidas as linhas em desalinho de mim. Parte influente que me protege. Livres palavras que descrevem esta prisão indefinida...

Fragmentos de saudades

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Chega um tempo em que as reminiscências do pensamento parecem brincar com a gente principalmente quando se caminha devagar e sozinho pela manhã gelada, onde o frio cortante proporciona um diálogo incessante com a gente mesmo. E naquela época parecia que o frio realmente fazia efeito e todo mundo entoava com mais iniciativa os preparativos para a festa junina que literalmente fechava a Rua Floriano Peixoto. As festas antes eram exclusivamente em junho. Hoje esticaram para o mês sete. Durante uma semana de expectativas era formada uma cooperativa para arrecadar as coisas que iam compor toda as guloseimas que mexiam com pensamentos da criançada. Minha mãe, sentada à máquina de costura, ia remendando as nossas roupas com velhos retalhos de sua vasta sabedoria pra gente dançar a quadrilha. Papai seria o responsável por desenhar no nosso rosto o bigode, a barba e a costeleta usando carvão da churrasqueira. A Conceição e a Rosaninha já tinham começado o ensaio há duas semanas atrás,

As sete maravilhas da Cidade de Aparecida.

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No dia sete de julho do ano passado foi anunciado para a população de Guaratinguetá o resultado da votação das sete maravilhas da “cidade das garças brancas” num concurso realizado pela Câmara Municipal. Participaram da eleição aproximadamente 30 mil votantes, sendo 21 mil pela internet e quase 9 mil no voto manual. Posteriormente ao resultado, a Câmara da vizinha cidade instalou placas próximas a cada uma das escolhidas, informando que ela foi eleita pela população como uma das “sete maravilhas da cidade de Guaratinguetá”. A ideia, portanto é tentar organizar em Aparecida algo semelhante conforme o valor histórico, arquitetônico, cultural e religioso de vários monumentos de nossa cidade numa forma distinta de colocar ainda mais o nome da terra da Padroeira do Brasil em evidência no cenário nacional. Segue então alguns nomes para esta suposta escolha das “sete maravilhas da cidade de Aparecida”. Lista que pode ser alterada conforme auxilio dos leitores deste blog. Matriz Basílica Velh

A hora da poesia.

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Desde 2007, fragmentos encontrados nas páginas do Jornal O Lince de Aparecida, puderam trazer à tona essa fase poética deste aprendiz de escritor. Em parceria com a Editora Multifoco do Rio de Janeiro, tendo o escritor Wilson Gorj como editor, será lançado o livro Minúcias Poéticas na Câmara Municipal de Aparecida no dia 15 de julho, às 19:30hs. Prestigie, a cultura aparecidense agradece.

6 meses.

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É este o tempo em que as obras do "Escadão" Boulevard Figueiredo, que dá acesso ao Centro Velho de Aparecida, já vem levando para ser concluída. As fotos postadas foi enviada por um amigo que vem se preocupando com a demora deste acesso de área particular onde os romeiros podiam cortar um trecho do caminho que leva até à Igreja Velha. o Escadão, como é conhecido popularmente, veio abaixo com as fortes chuvas ocorridas há cinco anos atrás. Remodelado em matéria de urgência com a ajuda do exército, entrou em obras novamente há seis meses. Meu conhecido quis que eu postasse estas fotos em algum jornal que circula em Aparecida acompanhado de uma reportagem. Eu lhe disse em e-mail que é "quase impossível" alguém querer publicar, visto que os jornais que circulam em Aparecida dificilmente publica algo que vai contra a atual administração. Disse ainda que é preciso verificar quem é o responsável pela obra e seus custos, pra depois postar algo mais investigativo, e se quise

O fantástico mundo dos nomes.

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Usar a língua e sua significação simbólica para apropriar-se do mundo tem sido uma constante desde os primórdios humanos. Analisar as origens dos nomes próprios é uma forma de resgatar fatos sociais, culturais e religiosos aparentemente perdidos, mas devidamente registrados nos fragmentos de significação, intactos nos nomes superpostos durante os séculos, proporcionando um resgate de memória coletiva. Pouca gente sabe que o Brasil já teve oito nomes antes do atual: Pindorama, nome dado pelos indígenas, Ilha de Vera Cruz em 1500, Terra Nova e Terra dos Papagaios, em 1501, Terra de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz em 1503, Terra Santa Cruz do Brasil e Terra do Brasil em 1505 e finalmente Brasil, desde 1527. Quando eu trabalhva no Pronto Socorro de Aparecida, o programa de busca do computador para efetuar prontuários era simples: A gente digitava o nome e se o paciente já tivesse cadastro era só emitir a ficha. Em algumas vezes era preciso cadastrar o nome pela primeirra vez. Nessas horas

Histórias de Pronto Socorro

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Dia 1º de julho. Uma data deveras inesquecível. A começar por ser o dia do aniversário do meu irmão Roberto Dias e por marcar exatamente um ano em que fui despedido do Pronto Socorro da Santa Casa de Aparecida depois de quase seis anos e por razões obscuras até hoje. Foi um tempo onde convivi em realidade com as madrugadas solitárias e as amarguras do setor de saúde pública. As falhas nos atendimentos, as tristezas por perdas de ente queridos e as vilezas de alguns médicos que se sustentavam apenas pelo poder defasado de seus carimbos registrados. Existem médicos e MÉDICOS. Nestas horas, é inevitável que eu me lembre do meu amigo Corinthiano Doutor Lourenço, o pediatra que cuidou até de mim quando criança e que tive o privilégio posterior em trabalhar junto. Pronto Socorro é um lugar onde quase tudo inspira tristeza: sangue, morte, agressão, brigas, bêbados, doença, tiro, mau humor, choro, acidentes. É raro uma noticia boa. A única que acontece é quando nasce uma criança na materni